quarta-feira, 5 de junho de 2013

Até quando vamos tolerar esse preconceito?

Por quantos anos ainda vamos querer manter as Religiões de Matriz Africana e as Afrobrasileiras na clandestinidade, no submundo?  Até quando vamos continuar ensinando às nossas crianças que seus cultos e manifestações são "coisas do demônio"? Só porque vem dos negros, porque tiveram sua origem na África! Até quando vamos admitir que se rasque uma norma que rege a vida de todos os brasileiros, sem exceção? Nossa Carta Magna de 1988 prescreve a liberdade de crença e de manifestações religiosas. Isso realmente acontece no Brasil? Até quando a população de terreiros, negros, brancos, amarelos, vermelhos, de todas as cores, vai ser vilipendiada do seu direito, de sua liberdade de crença, de possuir e praticar sua própria religião? Até quando as pessoas terão vergonha e medo de assumirem sua religião devido ao preconceito que sofrem? Até quando serão discriminadas por exibirem abertamente seus torsos e suas guias?
Gente, o Brasil foi construído também pelas mãos dos negros que para cá foram trazidos à força. Isso para aqueles que conseguiram sobreviver ao banzo, às mortes coletivas em alto mar devido à falta de alimento, entre outras várias formas de mortes que os africanos foram submetidos nessa viagem desumana.
Até quando vamos negar e discriminar a sua história, a sua cultura, a sua riqueza?
Como sofreram nossos antepassados! Quanta dor, quanta maldade, quanto desamor!
Por isso até hoje alguns ainda querem manter os negros numa condição de inferioridade, como se não tivessem direito a ascender socialmente.
Até quando vamos olhar os negros como se pobres, bandidos, fedidos e mal educados fossem? Até quando vamos querer realmente que os negros assumam essa posição na sociedade?
Digo aos negros e negras desse Brasil: estudem! cresçam pelo conhecimento! lutem contra os olhares de desprezo, as palavras agressivas! Vençam! Não aceitem esse lugar que alguns querem lhes manter, lhes dar! Esse lugar menor, fraco, inferior. Queiram mais! Vençam!

Lúcia Helena

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